Congresso "não pode ser missa cantada"
Numa entrevista à agência
Sustenta que o partido deve "voltar às suas raízes, ideais sociais e causas laborais que lutou durante décadas", contrariando as políticas neo-liberais e a ditadura dos mercados financeiros.
Diz que vai "levar a voz da esmagadora maioria dos militantes da Madeira", admitindo existirem algumas divergências com figuras do partido porque "há quem pretenda ser a voz de Lisboa". "Não quero nenhum conflito com os dirigentes nacionais do partido", sublinha.
Jacinto Serrão defende ainda que as federações do PS devem "começar a exigir mais respeito" da estrutura nacional do partido, porque se as bases do partido fossem auscultadas "certamente a governação do país estaria melhor".
Destaca que os dirigentes nacionais do partido "não podem encarar de forma negativa este tipo de iniciativas", sustentando serem incompreensíveis "algumas reações hostis a militantes que tenham coragem de levar moções e ideias ao congresso que divirjam de pontos de vista do secretário geral ou de quem está no Largo do Rato".
Sem referir nomes, Jacinto Serrão frisou ainda que "se há pessoas que querem suceder o José Sócrates devem apresentar-se às eleições internas e não estarem à espera que tudo caia de podre para depois tomarem os lugares sem qualquer esforço". Considera que devem "apresentar-se com coragem e determinação e não andar constantemente a andar a falar e criticar nas costas e depois na hora do congresso está tudo calado, a aplaudir".
Menciona que ao apresentar esta moção não tem como objetivo demarcar-se da politica nacional do partido tendo em vista as próximas eleições regionais, mas "levar uma reflexão ao congresso para poder influenciar a governação", o que significa que muitos socialistas "não estão satisfeitos com algumas medidas que são difíceis de explicar".